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Assessoria de imprensa na era da Inteligência Artificial

Antes de qualquer avaliação sobre a Inteligência Artificial, sua relação com o jornalismo e, aqui, com a assessoria de imprensa, vale um alerta: este não é um tema que se pode debater com maniqueísmos: não há certo ou errado, nem bom ou ruim. O assunto é complexo e vai muito além do debate sobre a substituição dos humanos pelas máquinas.

‌Quando se fala em tecnologia, não há tempo (nem espaço) para olhar o retrovisor. Nessa área, caminhamos sempre para frente. Partindo deste pressuposto, sabemos que a Inteligência Artificial chegou para ficar e, daqui para frente, novas evoluções vão surgir. Vide o avanço do ChatGPT-4 para o ChatGPT-3. Existe um mundo de algoritmos de distância entre os dois.

‌Para mim, o ponto não é o quanto as máquinas vão se aproximar ou ultrapassar os humanos, mas sim o quanto nós estamos evoluindo para saber lidar com a tecnologia e usá-la a nosso favor e para melhorias que sempre serão necessárias e fundamentais. Um exemplo: posso pedir, hoje, que a Inteligência Artificial escreva um release inteiro. Ela tem uma base de dados muito maior do que consigo carregar ou lembrar em meu cérebro. Essa briga eu perdi (e não foi por pouco). O caminho é, após este texto ser escrito, aparecer o que me diferencia da máquina: a capacidade de ser criativo tendo como base este conteúdo criado em questão de segundos. Dados e palavras bem organizadas pelo algoritmo nada mais são do que uma base e um dos pilares sobre o que é, de fato, o trabalho de um assessor de imprensa.

‌A inteligência artificial não vai conseguir saber se, no momento da divulgação, o jornalista, que é meu contato, espera que aquela notícia seja exclusiva ou se vou divulgar um material sobre uma nova startup para a editoria de tecnologia ou de empreendedorismo. Um chatbot não vai se lembrar de um papo antigo que tive com um grande editor do caderno de cultura que me contou seus gostos pessoais e me fez entender quais caminhos posso seguir para emplacar mais pautas com ele. E, para mim, este ponto é fundamental: nunca nada vai substituir o networking feito no dia a dia, em um encontro de olhares e papo franco, em uma expressão que você capta do seu interlocutor e faz você solidificar ainda mais um discurso.

‌O que nos diferencia da máquina é exatamente isso: a capacidade de deixar os algoritmos de lado e refletir, de sermos criativos, de criarmos um plano estratégico que, mais do que milhares de dados, tenha alma, encante e faça sentido para os jornalistas e para os nossos clientes.

‌Por fim, enxergar a tecnologia como vilã não é um caminho. Entender como ela foi criada e como se desenvolve é a única possibilidade para uma caminho de governança que envolve os engenheiros de software (em sua criação), o governo (em sua legislação) e a sociedade civil (em seu uso ético e correto). Somente com entendimento e diálogo vamos conseguir usar com inteligência e seriedade algo que chegou para nos ajudar. Sim, chegou com muita força e velocidade, mas que com conhecimento se torna uma ferramenta potente e perene.

Guilherme Pichonelli, CEO da Vira

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